terça-feira, 24 de maio de 2011

Aos dias vazios de sábado à noite ou cheios de café sem açúcar numa escrivaninha com livros empilhados, digo que não quero mais a solidão à meia luz que me dão sempre quando o relógio bate a primeira hora da madrugada. Sim, porque companhias como estas não são nada mais do que a afirmação de que não tenho. Não tenho e não possuo nada além dessa velha poltrona e meias encardidas que me acompanham por toda sala quarto cozinha  então sala de novo. Pelo menos não tenho filhos, pobre deles. Seriam grandes herdeiros de uma merdinha qualquer que o pai deixou.
Pensamentos miseráveis dignos desses dias em que me vejo encarando a parede calada. Maldito dia de sábado a noite. Maldita dor. Maldito aquele que disse que não se pode ficar sozinho. Maldito.
Às vezes odeio quem finge que odeia algo só por que se afeta facilmente com o que o algo diz. Odeio quando me pego fazendo coisas que odeio. Por isso é que tão precisamente no interior do meu fígado, ou pâncreas ou coração, não sei mais, os dias à meia luz de noites de sábado me acertam. São eles que despertam a minha vontade de gritar que não preciso de ninguém. Que não preciso de mentiras. Que, na verdade, preciso de... que se foda, preciso de você.

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