Minhas palavras tortas levam-me a tradução completamente infiél do que se passa em mim. Contudo, minha alma grita. Precisa aliviar-se de tudo quanto carrega. Não posso negar isso à alma. Não posso negar-me. As palavras surgem sempre, vez em quando. Mas quando surgem vão logo embora. Preciso aproveitar agora enquanto não estão deslocando-se, nômades que são.
Até aqui não fiz sentido. Não sei se procuro, no fim, o sentido de tudo. Não sei se procuro dar sentido a tudo. Procuro encher-me de vazio. Vazio bom. Aquele que te deixa leve depois do tanto de peso que se tira.
Não sei (sim, eu não sei muita coisa) se o peso que carrego é ruim, de qualquer forma. Mas gente como eu, que não sabe viver sozinha, necessita de compartilhar todo o sentimento, seja ele bom ou ruim. E é o que faço quando escrevo. É o que as palavras fazem por mim.
Não disse enfim o que me pesa a mente. Não disse nada. E digo que nem me foi tão necessário dizer palavra qualquer. É como olhar nos olhos de quem te conhece. Palavras são inexplicavelmente dispensáveis. E eu olhei nos olhos da minha alma, essa que escreve, entendi os seus anseios, abracei-a. E o nada me foi o bastante.
Eu te falei...
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