quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
domingo, 12 de dezembro de 2010
Que saudade que me deu de escrever. Nada tenho a dizer, porém. Só me deu saudade. Não consigo ficar distante de quem [no caso do que] me faz bem. Meio egoísta, até. Às vezes até quando preciso de um abraço, sinto que eu não mereço. E me sinto culpada por querer um abraço. Ainda bem que tem aqueles que me conhecem. E aqueles que escutam até mesmo o que eu não digo. E mesmo quando eles não estão presentes existem coisas chamadas memórias que me fazem estar mais perto deles. Sentimento. Provavelmente a palavra certa.
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
Queria falar das minhas visões de mundo, das minhas opiniões sobre as grandes questões que revoltam e fazem com que fazer parte da espécie humana seja motivo de vergonha. E se tem uma coisa que não sei se me magoa, me irrita, me revolta é o fato de crianças não serem mais crianças. Das fases serem puladas. Hoje em dia, com 9 anos você precisa dar respostas. Dar satisfações. Saber que você precisa de um emprego, de um bom par, de uma vida estável. Então com 9 anos você não é mais uma criança. E não toma mais decisões que uma criança de 9 anos deveria tomar como a cor do seu novo vestido ou a barbie que quer no Natal. E aí as coisas começam a funcionar mais ou menos assim: com nove anos você tem dez, com dez você tem onze, com onze, doze. Até a infância ser abolida definitivamente. E aí o que restou foram pequenos robôs criados para construir seus futuros. Pequenos robôs que tem como missão estar por dentro de todas as tecnologias, serem informados. E tudo isso para que, no final, possam conseguir sozinhos comprar seus apartamentos e ter um vida de luxo. Sem brincadeiras, por favor, estamos lidando com algo muito sério aqui: o futuro de quem fará o futuro. Os fatores que levam a isso, afinal, são muitos. Muitos, tipo, incontáveis. E pensar nisso até faz com que o desânimo consiga me acertar em cheio com um só golpe. E aí eu começo a me questionar, e a me revoltar. É tudo um ciclo. Sem respostas, continuo seguindo em frente, me questionando, me revoltando, escrevendo sobre minha revolta. Então as coisas simplesmente não fazem mais nenhum sentido. Nenhum. E aí eu penso que estou vivendo simplesmente. Vivendo sem vida. Porque, onde isso tudo vai levar, afinal? Daí vem o desespero e a vontade de gritar. Daí vem a conformidade. Me conformo, apenas. Mas me conformar parece não ser suficiente. Me sinto sufocada. Me sinto presa numa teia sem escapatória. Parece o trânsito infernal que não anda. Nem um centímetro se move. Mas é assim que se vive mesmo, eu acho, quer dizer, não é?
Hoje venho falar-te sobre minhas vontades. Vontades que me corroem de tão forte que as desejo. Vontades que vêm e que vão e que voltam. Vontades aquelas que não tenho o direito de sentir já que não são as mesmas vontades que sentem os corpos envolvidos em minhas vontades. Mas são vontades inevitáveis. Vontades que quando vi, já sentia. Vontades que me pegaram. Ah, perversas vontades. Como entrardes?
Venho falar-te aqui sobre essa vontade que senti de ver-te novamente. Ah, como queria jamais sentir tão ardente vontade. Essa vontade que me tira o sono. Ou que me faz ter outras vontades como por exemplo a vontade de poder fingir que você não me afeta. Por que vontades não são simplesmente vontades? Se o fossem, a agonia que sinto não existiria. O frio na barriga não seria tão perturbador. O fio de esperança jamais seria tecido. Outra vontade que tive foi a de te telefonar. Só com a ideia de ouvir sua voz, meu orgulho desapareceu. Sorte que não encontrei seu número. Não é que não queira te ver. A questão é que não quero precisar te ver. Não quero precisar ouvir-te. Não quero precisar das tuas mãos. Não quero ter vontade de sorrir contigo. Não posso ter vontade de ti.
Até hoje suas palavras ecoam. Cada vez mais audíveis. Cada vez mais frequentes. Palavras suas que roubaram as minhas palavras. Que tipo de vida é essa? Dependente? Vida que é vivida pelo quanto de ti possuo. Não posso, simplesmente. Quero agora me livrar da necessidade da sua presença.
Por isso venho falar-te sobre minhas novas vontades. Novas e velhas. Tenho vontade de quebrar esse feitiço maldito que jogaras. Tenho vontade de dizer que nunca mais suas palavras terão algum efeito sobre mim. Tenho vontade de dizer que não preciso de ti por perto. E mais do que tudo, tenho vontade de que todas as palavras que acabei de escrever fossem, no mínimo, vontades.
Venho falar-te aqui sobre essa vontade que senti de ver-te novamente. Ah, como queria jamais sentir tão ardente vontade. Essa vontade que me tira o sono. Ou que me faz ter outras vontades como por exemplo a vontade de poder fingir que você não me afeta. Por que vontades não são simplesmente vontades? Se o fossem, a agonia que sinto não existiria. O frio na barriga não seria tão perturbador. O fio de esperança jamais seria tecido. Outra vontade que tive foi a de te telefonar. Só com a ideia de ouvir sua voz, meu orgulho desapareceu. Sorte que não encontrei seu número. Não é que não queira te ver. A questão é que não quero precisar te ver. Não quero precisar ouvir-te. Não quero precisar das tuas mãos. Não quero ter vontade de sorrir contigo. Não posso ter vontade de ti.
Até hoje suas palavras ecoam. Cada vez mais audíveis. Cada vez mais frequentes. Palavras suas que roubaram as minhas palavras. Que tipo de vida é essa? Dependente? Vida que é vivida pelo quanto de ti possuo. Não posso, simplesmente. Quero agora me livrar da necessidade da sua presença.
Por isso venho falar-te sobre minhas novas vontades. Novas e velhas. Tenho vontade de quebrar esse feitiço maldito que jogaras. Tenho vontade de dizer que nunca mais suas palavras terão algum efeito sobre mim. Tenho vontade de dizer que não preciso de ti por perto. E mais do que tudo, tenho vontade de que todas as palavras que acabei de escrever fossem, no mínimo, vontades.
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
Um universo feito de contradições este. Quando em um minuto a profunda depressão te encara com olhos de vitória e em outro imediato minuto um sorriso te salva do mais obscuro pensamento que a profunda depressão com olhos de vitória te deu, o que deve-se pensar das coisas do mundo? Quando as grandes questões da vida te dão um motivo para desistir de tudo o que você acredita, acredite, desistir nunca vai fazer alguém deixar de acreditar. Ninguém nunca desiste de verdade. Todos esses problemas são o que nos movem, afinal. São o que fazem a vida. São questões inquestionáveis e irrefutáveis que fazem com que alguém queira fazer alguma coisa. E as dúvidas que tenho não são só minhas. Os medos que sinto não são só meus. E certamente nenhuma dessas palavras aqui são apenas vindas de mim. Acho que o que quero dizer é que nunca se está sozinho, apesar da solidão aparecer de vez em quando. Na verdade, acho que é nisso que eu quero acreditar agora.
Solidão que assusta, que atormenta. Solidão que acolhe, que acalenta. Solidão que engana. Solidão que não sabe o que quer e por isso arrasta os sonhos daqueles que se encontram desolados, abandonados, talvez. Ou daqueles que a escolheram como única companhia. Irônico. Solidão da qual não sei falar. Solidão aquela que conheço mais do que sei sobre o céu arquitetado de Brasília. Inevitável. Solidão que você não espera porque, afinal, está rodeado daqueles que te fazem bem. Solidão traiçoeira. Solidão que a tantos já matou. Friamente assassinou com suas próprias mãos. Solidão incompreendida. Solidão sem voz. Solidão sem defesa. Solidão condenada. Solidão sentenciada. Solidão não desejada. E aqui vem o ponto final que entrego a ti. Sinta-se derrotada agora. Eu decreto o fim de sua existencia em minha vida. Solidão não mais bem-vinda. Solidão não mais aceita. Solidão expula, exilada. Solidão retirante. Solidão que está só. Solidão sem vida. Solidão e morte.
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Folhas em branco e tempestades
De repente sinto uma tempestade se formar dentro de mim. Incessante. Indomável. Quer sair. Quer sair da maneira que for. Como se aqui fora tivesse uma missão inadiável. Não encontra a saída. Eu não sei mostrar o caminho. Ela, mais furiosa do que nunca, forma tornados, manda raios e trovões, destroi meu interior. Ela procura. Eu, cansada do transtorno, procuro. Procuramos. Incansavelmente. Incansável procura. Fecho os olhos como para encontrar a solução. Me deparo com um cenário. Uma luminária acesa em cima de uma mesa. Folhas e mais folhas espalhadas. Uma caneta em cima da bagunça. Uma cadeira vazia. Corro para chegar a cadeira como se ela de alguma forma pudesse deter o horror que se passava. Aparentemente ela me esperava. Sentei-me. Encaro aquela cena por alguns minutos. Espero, muda, pela calmaria. A tempestade continua rugindo em mim. Talvez correr não tenha adiantado. Ainda tinha em mim o enorme peso de uma tempestade gritante. Horripilante. Pego a caneta, ainda esperançosa. Sinto que ela também me esperava. Na verdade, tudo ali estava a minha espera. Tudo aquilo era meu. A cadeira era minha. A luminária era minha. A caneta, o papel, o mundo era meu naquele instante. Escrevo minha primeira palavra: "Quero". Sinto a fúria se esvaindo. Estranhamento. Continuei: "agora". Novamente a tempestade se calara. Percebi, então. Minhas mãos agarraram com força a caneta que decididamente fazia com que, gota por gota, meu coração tranquilizasse.
Descobri, aí, uma paixão. Uma paixão que liberta. Uma paixão que como as outras paixões não exige sanidade. Exige que se sinta. Exige que se entregue. Exige tão somente folhas em branco e tempestades.
Descobri, aí, uma paixão. Uma paixão que liberta. Uma paixão que como as outras paixões não exige sanidade. Exige que se sinta. Exige que se entregue. Exige tão somente folhas em branco e tempestades.
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